Minha ida ao Brasil, neste quente mês de Junho, se concretizou graças a milhas — se você visse o preço de uma passagem com o dólar nas alturas, cairia pra trás.
Pois bem. Sou levado ao aeroporto da praiana Fort Lauderdale.
Cidade sem charme. O praianismo só combina com casinhas e ruas de paralelepípedo. Ou Ipanema. Olho pela janela e a cidade salta, como num letreiro, “BARRA DA TIJUCA”.
O aeroporto é tacanho (para padrões norteamericanos, que fique bem claro). Cheio de turistas. Não vi um só engravatado desde a manhã desta segunda.
Aliás, minto. Acabo de olhar para o lado e eis que chega um exemplar clássico do engravatado. Terno grande demais pro cara. Parece político.
Mas volto ao turismo. Nada é pior que a viagem de férias. Talvez as cinco noites no Caribe — all inclusive — seja bacana. Mas a viagem é triste.
Vejo pais cansados, crianças correndo e gritando. Malas pra todo o lado.
O avião é frio demais (ou quente demais). Você dorme e chega o serviço de bordo oferecendo macarrão ou frango (que tipo escolha é essa?). Você come e não dorme mais.
Lá pelas tantas é preciso ir ao banheiro. As vezes nem vontade de ir ao banheiro há. Mas é preciso, para que se quebre a dureza da realidade… apertada das fileiras de um Boeing.
Ocorre também o fenômeno da volta das férias. É ainda mais deprimente.
Crianças seguram pelúcias oriundas de certos parques temáticos que não patrocinam este texto logo não serão citados.
Na sala de embarque, procuro o que fazer. Fazer o quê?
Lembro do livro do Fabrício Corsaletti que está na mochila. Livraço. Fiquei comovido com a crônica “Carnaval”.