O Brasil vive uma de suas mais agudas crises institucionais.
Em um retrospecto de curto prazo, no período pré e pós-eleitoral, contou-se uma sucessão interminável de tentativas golpistas.
O ápice (até segunda ordem) desse movimento raivoso e delirante se deu no último domingo (8).
Não foi algo inesperado. O bolsonarismo ensaia atos golpistas desde o primeiro semestre de governo do ex-presidente.
Ameaçaram a ordem democrática e suas instituições cotidianamente.
E veja como é a natureza. Esperaram um dia que os principais prédios da república estivessem às moscas para concretizar o ataque.
Há quem diga (com toda a razão) que se tratou simplesmente de ser uma data com menor movimentação de pessoas e, por consequência, menor possibildiade de defesa das polícias.
Pois bem, desconfio que não seja somente essa motivação. Não em um plano consciente.
Todo os atos violentos praticados naquela tarde de domingo são de uma satisfação masturbatória.
Destruiram obras de arte, mobiliário, computadores e documentos sem que houvesse nem uma pessoa sensata para dizer “basta”.
Porque provavelmente seria insuportável encarar um outro, que não aprova seu comportamento, num momento de tamanha violência.
Só a sua realidade e de seus pares, com os quais você compartilha essa verdade universal, que dá conta de processar tudo aquilo, ao vivo.
Foi um espetáculo de ver e ser visto. Numa relação mediada pelas lives nas redes sociais. Que pessoas registravam seus rostos e produziam provas contra si.
A extrema-direita fez sua cerimônia de posse. Pouco importa foi de verdade, se foi civilizada, e se foi democrática ou não.