Miras industriais recalibradas para a inteligência artificial

O Google reafirmou sua priorização em desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para seus produtos. A estratégia ficou clara nos anúncios realizados em sua principal conferência anual, o Google I/O.

O esforço central é de tornar os resultados de busca automatizados e mais inteligentes. Ou seja, criar um resultado otimizado, que filtra eventuais falhas humanas na construção das páginas de destino (tanto em termos técnicos de códigos quanto no aspecto textual). O resultado são buscas mais certeiras, mas menos contato com o conteúdo humano.

Como será possível manter a estrutura de propaganda com uma mudança tão significativa no consumo de conteúdo por pesquisa?

Se a assertividade do resultado de busca diminuir o número de pesquisas, a publicidade sofrerá um aumento no custo de exibição de anúncios?

Aonde entrará a remuneração ao produtor de conteúdo primário, que colheu as informações no local e as indexou na internet por meio de um texto?

Há mais perguntas que entendimentos sobre o que acontecerá com a principal fonte de faturamento da Alphabet Google: publicidade digital. Não me parece que seja interessante ao Google que a internet perca sua força produtiva de conteúdo. O grande segredo desta equação parece estar num novo mecanismo de remuneração ao criador. Talvez uma nova dimensão comercial nesta cadeia produtiva que de fato não pague por audiência, mas por qualidade.

Corrida armamentista

O que interessa no fato destacado é que as big techs estão oficialmente mirando seus canhões para uma corrida armamentista das IA’s. Em pouco tempo, todos os principais sistemas operacionais de telefones, tablets, PC’s e qualquer outro dispositivo estará nativamente equipado com soluções de inteligência artificial como assistente.

É um sinal claro de que o aumento estrutural de desemprego está a caminho do setor de serviços, sobretudo para cargos auxiliares. Estes costumam realizar tarefas repetitivas que seriam facilmente automatizadas por robôs.

O trabalho de pesquisa e produção de pequenos relatórios logo perderá lugar para estas soluções também. E quanto mais pensarmos, mais claras hipóteses de extinção de empregos ocorrerá.

Lembremos que estes serviços se tornaram populares há menos de um semestre. A evolução e adoção destas soluções será um dos registros históricos mais impactantes de como a tecnologia transforma a realidade socioeconômica do mundo.

Compartilhe: