Os roteiristas americanos recuperarão suas condições de trabalho?

Os redatores de Hollywood consideraram a paralisação que ocorre agora no mercado de entretenimento dos EUA como um momento crucial para a existência da profissão.

Mais que uma negociação por uma remuneração condizente ao que produzem, eles buscam garantir que não sejam substituídos por máquinas de inteligência artificial.

Talvez seja o primeiro símbolo do efeito que as IA’s terão na sociedade. A automatização chega para trabalhos cada vez mais intelectualmente elaborados. Neste contexto, ainda contam com nomes importantes da indústria como pessoas sindicalizadas – fato de grande importância política nas negociações.

No entanto, o futuro sempre tende a ser implacável quanto a mudanças causadas pela tecnologia. Não costumam ter freios ou retornos. Isso quer dizer que dentro de alguns anos, sim, os roteiristas não sejam mais uma classe do tamanho que a conhecemos agora.

Isto se tornará realidade em todas as áreas comunicativas e criativas rapidamente. No Brasil, designers, redatores, escritores e jornalistas serão substituídos em grande maioria por ferramentas de inteligência artificial. Restarão poucos editores de prompt, que darão as ordens para a produção em massa de conteúdo artificial.

Outras áreas que ainda possuem conselhos de classe ou sindicatos fortes podem negociar soluções no curto prazo. Estes acabam por frear alguns avanços violentos da tecnologia, impondo restrições e debates éticos prévios a adoção de novas ferramentas no cotidiano de trabalho.

Portanto, fica a previsão. Os roteiristas de Hollywood não devem garantir grande estabilidade. A precarização é um horizonte em quase todas as áreas. Há de se pensar em soluções.

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